Entre os dias 14 e 19 de novembro ocorre o Salão Duas Rodas. O evento será realizado no São Paulo Expo e tem a confirmação de 14 marcas, 13 delas com produção local, e mais de 500 modelos em exposição. A organização espera 260 mil visitantes. Da Honda, que detém 78,2% do mercado local, são aguardados ao menos dois lançamentos importantes de baixa cilindrada e a renovação da Biz, terceira moto mais vendida no Brasil.
A Yamaha, vice-líder, com 13,5%, certamente mostrará novas versões e vai renovar a aparência de modelos já à venda. A BMW, que lançou este ano no Brasil sua primeira moto urbana de baixa cilindrada (G 310 R), levará também a versão on-off-road G 310 GS e já confirmou a esportiva HP4 Race, moto de 215 cavalos que vem da Alemanha, onde teve apenas 750 unidades produzidas.
Da Harley-Davidson, que sempre investe em grandes estandes, são aguardados mais de cinco lançamentos e atrações. É provável que a marca mostre algum produto com cilindrada mais baixa que os modelos atuais (o menor à venda no Brasil tem 883 cc).
Seria uma forma de a Harley-Davidson se manter competitiva no País diante da BMW, que detém o sexto lugar em vendas no acumulado até setembro, com 4,8 mil unidades. A Harley é a oitava, com 3,9 mil motos. Outro bom motivo além da concorrência é a carência de motos custom abaixo de 500 cc no mercado brasileiro.
O segmento de motos terá em 2017 o sexto ano de queda consecutiva. Após o recorde de 1,94 milhão de unidades emplacadas em 2011 o setor teve sucessivas quedas e fechará o ano com cerca de 860 mil motocicletas, nível semelhante ao registrado em 2003, quando foram licenciadas 836 mil unidades.
Com a retração, a Traxx preferiu ficar fora do evento: “É a primeira vez que isso ocorre desde que nos instalamos no Brasil, em 2000. Decidimos assim porque o evento praticamente só atrai visitantes do Sudeste e nossa presença na Região é pequena”, afirma o gerente comercial e de marketing da Traxx, Zoghbi Koury.
Boa parte da receita da empresa vinha dos ciclomotores ou “cinquentinhas”, motos com motor até 50 cc, preços camaradas e grande aceitação no Nordeste do País. Mas uma mudança feita no código de trânsito no segundo semestre de 2015 obrigou o emplacamento dos ciclomotores em todo o País, derrubando as vendas desses modelos porque a documentação custa cerca de um quarto do preço do veículo. De acordo com Koury, a fábrica da Traxx está parada há cerca de oito meses.
A Shineray é outra que não vai à feira em razão da crise econômica. Embora com uma linha maior de produtos que a Traxx, a empresa também foi bastante afetada pela mudança do código de trânsito e obrigatoriedade de emplacamento dos ciclomotores.
Além de Honda, Yamaha, BMW e Harley-Davidson, as empresas Dafra, Ducati, Haojue, Kawasaki, KTM, Kymco, Indian, Royal Enfield, Suzuki e Triumph também terão estandes nesta edição do Salão Duas Rodas. O evento reúne ainda fabricantes e importadores de capacetes, roupas, peças, acessórios e lubrificantes.